Monday, April 11, 2011

Dia 4: De Marrakesh a Ouarzazate (Parte 5 - Riad dar Rita)

Ourzazate foi o único local de toda esta viagem que tínhamos local reservado para dormir. O Nelson Silva e mais uns quantos companheiros alentejanos, que tinham estado por estes lugares uma semana antes, recomendaram-nos o Riad dar Rita, cuja dona é portuguesa, e fizemos a reserva ainda de Portugal.

Encontrar o Riad não foi simples. A Rita tem aquilo muito explicadinho no site, cheio de fotos no google maps, mas para quem está em viagem e leva o mapa impresso as fotos tapam todas as referencias que são precisas, e ficam pequenas demais para ser legíveis. Andámos perdidos em ruelas bem estreitas, de empedrado e terra fina, onde era bastante difícil fazer inversão de marcha com uma Varadero artilhada com pendura e duas malas laterais... Mais de meia hora às voltinhas.

Lá chegámos a um largo onde existia uma fonte onde as mulheres iam buscar água (epah aqui não pode ser porque nem água canalizada têm), onde pudemos espreitar para dentro de algumas portas abertas (epah aqui também não é porque isto está cheio de cabras), ...


Por sorte uns putos chegaram ao pé de nós e perguntaram "Ritá?". "Oui, oui, Ritá!" E levaram-nos para este beco:



Animador foi ouvir a voz da Rita lá de um dos telhados: "Só um bocadinho que já desço para vos abrir a porta."

A Rita abriu-nos a porta para um pequeno palácio, magnificamente decorado, que tinha tudo de acolhedor, de bom gosto, com uma mistura deliciosa de Marroquino e Lisboeta. Sim, não faltou um Santo António! As fotos falam por si.



Podem saber mais sobre o Riad dar Rita no seu site oficial: http://www.darrita.com/

Nós só podemos o recomendar: gostámos de tudo!

Fomos dar um passeio pela cidade antes de jantar, mas não achámos nada de especial. Existe o Museu do Cinema, mas nós não somos muito de cinema pelo que nem o fomos visitar. O único ponto digno de menção foi a visita ao supermercado.

Entrámos no supermercado para comprar umas bolachas para o caminho, no dia seguinte. O supermercado era bastante grande, e estava cheio de gente (homens, nenhuma mulher) ao balcão, mas sem ninguém a percorrer as prateleiras ou na charcutaria. Isto é, uma animação brutal perto da porta e deserto no interior. O que se passava era simples: aquela quantidade de gente estava a comprar álcool: desde garrafas de vodka a gin, passando pelo vinho tinto e cerveja, uma fila dos diabos de gente a ser aviada em segundos, como ao balcão de uma pastelaria em Lisboa em hora de ponta.

As garrafas eram colocadas em sacos de plástico pretos opacos, para que não se visse o seu interior. Isto numa nação onde o álcool é proibido.

Fiquei espantado. Só faltava realmente a bela da bifana do pão!


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Nota:

Se forem ao Riad da Rita, marimbem-se para as orientações do site e imprimam estas:

Quem vem de Marrakech, logo à entrada e passando a rotunda do monumento do cinema, passem a polícia e estejam atentos ao vosso lado direito: trata-se de uma rua que se divide de imediato em duas. É a única assim. Se chegarem às bombas de gasolina já andaram de mais.

Quem vem do sentido oposto: passem a cidade toda sempre pela rua principal até verem o largo do palácio do vosso lado direito. Passem as bombas de gasolina e estejam atentos à tal rua (neste caso à esquerda) que se divide logo em duas.

Nessa rua, escolham o vosso lado direito, e sigam até ao fim. Dá para ver o final da rua pois são uns 100m. Mesmo no final, olhem para o vosso lado esquerdo e apanham a fonte pública. Vão até à fonte e entrem no beco quase sem saída do vosso lado direito.
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